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Fotografia digital
impressão pigmento mineral
sobre papel algodão Hahnehmüle

Horizontes
Lineares

2013

O aspecto “processual” da paisagem, suas múltiplas entradas, sua dificuldade em deixar-se possuir, tocar e domesticar mobiliza a artista a um pensamento-ação. Ela reflete sobre algo ao desmontá-lo e refazê-lo; é uma meditação conduzida pelo trabalho manual, com toda a contradição que este projeto pode conter. Mas é interessante lembrar que os místicos também recorrem à manipulação de objetos, contas e colares para meditar. Fragmentadas, remendadas e confrontadas com sua condição bidimensional, as paisagens dos Horizontes Lineares mostram-se como exercício de autoconhecimento que se tornará mais eficaz quanto menos teórico ele for. Tocar o intocável. Recomeçar o que não para de existir.
À distância típica de toda paisagem, são propostos fragmentações, trocas e espelhamentos. Como se a distância, agora racionalizada num espelho, pudesse se explicar. Colocar a paisagem diante de um espelho não seria pressupor que ela é capaz de conversar com si mesma?

Frederico Dalton, 2013

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